É impossível fugir de alguns chavões no que diz respeito a Educação. Em primeiro lugar, é fato que quanto mais ignorante o povo é, mais poder políticos antiéticos e desonestos têm para desfrutar.

Em segundo lugar, uma nação composta por ignorantes não pensa, não reflete, não se informa, não protesta, aceita tudo de cabeça baixa e então o círculo vicioso não tem fim.

Se você tem algo a dizer sobre a Educação no Brasil, e quiser direcionar suas idéias àqueles que detêm o "monopólio do pensamento", este é o seu lugar.


 

Carta 009 - ATRASO DAS ELITES

Senhor Reitor (da Universidade Federal da Bahia)

Peço-lhe um pouco da sua atenção para o que passo a expor.

Somos um povo culturalmente atrasado, por mais que desejemos ser um povo culturalmente avançado. Se olharmos para o grosso da nossa população vamos constatar que vivemos séculos de atraso. São quase 500 anos de analfabetismo, de pobreza, de padecimentos múltiplos. Durante os tempos da ditadura era comum ouvirmos dos "absolutistas" que não devíamos apresentar problemas, mas soluções. Mas, como pode um cidadão que não sabe ler e escrever, que mal ouve, mal fala e mal vê, sugerir soluções para os seus problemas cotidianos ?

Ontem, presenciei um diálogo entre um pedreiro e seu filho. O pedreiro vive amasiado, como a maioria dos pobres. Sua renda é de pouco mais que um salário mínimo. Com muito sacrifício conseguiu ver seu filho, aos trancos e barrancos, chegar ao final do curso de segundo grau. O filho sempre acalentou o sonho de um dia vir a formar-se em medicina. Sonha ser doutor. Ele tem o direito de sonhar, não ? Ele sabe que seu curso foi deficiente. Que o aprovaram em matérias que sequer chegou a cursar por falta de professor. Foi aprovado pois o que interessa é a estatística !!! Mas, voltemos a discussão. O rapaz queria que o pai lhe desse dinheiro para inscrever-se no vestibular da UNEB. O pai dizia que não possuía os 47 reais para inscrevê-lo e que nunca roubou, nem furtou e não seria agora que iria ingressar no mundo do crime. Argumentou que na tal UNEB não tem curso de medicina. O rapaz mirou o pai com ódio e disse: - "você é um fodido mesmo ! Burro e fodido !"

Eu me meti na conversa, pedi ao rapaz que não procedesse de tal forma com o pai, afinal ele vivia castigado pela pobreza, era mais um condenado a viver sem usufruir os prazeres da vida. Mostrei que o pai dele era um escravo do tipo moderno. No passado lhe teriam dado a senzala, alguns farrapos e tripas para comer. Hoje não dão casa, nem comida, nem roupa lavada, nem luz, nem água, nem nada a não ser um minguado salário. O patrão extinguiu a senzala e ficou feliz em pagar um salário mínimo. Mostrei ao rapaz que com 136 reais era impossível o pai fazer qualquer sacrifício e que ele deveria buscar apoio de tios e tias e outros parentes, mas o rapaz era do interior. O pai já tinha feito o que não podia... Ele teria que contentar-se com a inscrição feita na UFBA. O rapaz saiu desolado.

Eu cheguei em casa e parei para pensar nessa "gente humilde". Nessa gente que não tem com quem contar na hora da precisão. Essa gente não pode adoecer. Não tem condições de comprar livros e de se esclarecer. Só lhe facultaram o direito de ver TV, de ouvir radinho de pilha. O que ele assiste na TV é um mundo irreal, o que ouve no rádio é a pregação do conformismo, da aceitação da pobreza e o que é pior, de aceitar a miséria. A mulher diz que eles estão pagando os pecados do mundo. Mas de que mundo ?!

As nossas elites são perversas e nós somos a elite, portanto somos perversos em aceitar que a situação na educação chegue a nível tal. O lugar de pobre é na periferia, nas invasões ? Não ! Se todos devemos ter direitos e oportunidades iguais, o vestibular não iguala ninguém. Ele acentua a grande desigualdade e a falência do Estado. É pressuposto básico que o Estado , seja através do governo federal , estadual e municipal, ofereça à população ensino de qualidade. Que tenha professores bons. Que esteja em pé de igualdade com os da escola privada. Mas isso não é verdadeiro. O aluno pobre, ou classe média, ao findar seu segundo grau, vai, quando pode, submeter-se ao sacrifício de "sangrar" as economias do lar para cursar o "pré-vestibular". Agiganta-se uma indústria fantástica em torno do vestibular. Implantam-se cursinhos nas favelas, nos subúrbios. Todo mundo corre em busca do lucro que o Estado falido oferece a essa gente que vive do modelo fracassado de escola pública, ou de ensino público.

Sim, as elites são egoístas em todos os sentidos ! Dizem para nós que não se pode criar universidades, nem ampliar o número de vagas nas já existentes porque ocorrerá "saturação" do mercado. Ora, tal saturação significa falta de desenvolvimento, significa estagnação. É indicativo de que o país, o estado e o município deixou de crescer. A economia parou e o desenvolvimento estancou. O que deve mudar é a política econômica. A razão da estagnação do mercado reside em muitos outros fatores complexos, mas pode ser resumida em uma pequenina palavra: USURA! O mercado da usura leva à falta de oferta de emprego. Como podemos aceitar que existam milhares de municípios sem médicos, sem professores e sem quase nada? Como explicar a falta de escolas e de hospitais e de implantação de uma medicina preventiva? Como aceitar teses disparatadas como as que os filhinhos de papai defendem?

É inaceitável que dirigentes aceitem a "exclusão" de milhares e milhares de brasileiros das escolas públicas e que não lutem por mais universidades, por mais vagas nas já existentes, pelas universidades regionais. Sei que tudo isso envolve uma luta que mexe na ordem econômica, mas nós temos que tocar o dedo na ferida. É preciso repensar a forma de acesso ao terceiro grau (quem tem nível superior é Deus. O conhecimento é infinito, pressupõe graus de conhecimento... Imagine chamar, ou intitular-se como tendo "nível superior" quando sequer se conhece 10% do que um cérebro pode produzir!!) . É importante romper com os velhos paradigmas educacionais e "romper" o elo de ligação que existe entre os "cursinhos de pré-vestibular" com as universidades. As universidades deveriam, através do seu corpo docente, dos conselhos universitários e demais órgãos, repudiar a existência dessa indústria que cerca os pobres, que suga o sangue e o suor do trabalho dos pais de família que sonham em ver seus filhos chegando ao terceiro grau.

É preciso mudar e a mudança começa a operar-se dentro de nós. Você pode mudar o mundo, sim! Você pode mudar a educação , sim ! Basta querer. Basta abraçar a causa. O fim do vestibular é uma maneira de se repensar as universidades e de mostrar que em um país pobre como o nosso, onde o analfabetismo vai completar 500 anos e o atraso viceja, é imperativo lutar contra o modelo excludente a que estamos sendo submetidos. Imperativas são as mudanças e o papel dos reitores não podem ser subestimados. Por isso escrevo esse longo e-mail, na esperança de que o mundo "civilizado" possa retirar o Brasil das trevas e conduzir o seu povo para o caminho das escolas públicas gratuitas e de qualidade. E que a universidade deixe de ser um sonho para os pobres, mas uma avenida respeitada, acreditada, onde todos sejam realmente iguais. Lá fora, a luta deve continuar em favor do progresso e do desenvolvimento e contra a estagnação.

As "elites" precisam entender que pobre também é gente e deve para de usar os poucos pobres que ingressam nas universidades para dizer "que todos possuem as mesmas condições" de acesso, o que é uma grande mentira ! Por mais Universidades públicas e gratuitas, por mais verbas para a educação - que é investimento - , por mais equipamentos, melhores remunerações, por um plano de carreira, cargos e salários, pela oportunidade de ascensão do corpo técnico administrativo nos cursos de terceiro grau, pela valorização do ensino público, pelo respeito que deve ser creditado ao corpo docente e por uma universidade que pense em um Brasil, realmente livre, soberano e independente!

PELA ERRADICAÇÃO DO ANALFABETISMO !

Luis Leal Filho

P.S - A BAHIA SÓ TEM UMA UNIVERSIDADE FEDERAL !!! VAMOS VENCER ESSE ATRASO NA EDUCAÇÃO ! NOSSA PRIMEIRA UNIVERSIDADE NASCEU EM 1808. NO FINAL DO SÉCULO XIX, SURGIRAM ALGUNS CURSOS. NA DÉCADA DE 1950 NASCEU A ÚNICA UNIVERSIDADE FEDERAL, A UFBA !


Carta 010 - VESTIBULAR, ISENÇÃO E ELITES EGOÍSTAS

Acho um avanço a isenção de taxas de inscrições para quem vai prestar o exame do vestibular.

Agora vamos ponderar um pouco. Educação é investimento, certo? Mas o Estado passa a idéia de que é gasto. É uma visão deformada. Qualquer país sério trata de buscar o melhor para o seu povo.

A educação não pode ficar para plano secundário. Aqui no Brasil, desde os tempos coloniais, sempre nos quiseram à margem do ensino, distantes do saber e do conhecimento. Hoje facultam-nos drogas, as mais variadas. Disseminam músicas que levam o povo à alienação total. Nesse aspecto a Bahia tem contribuído muito. Letras de péssimo gosto. Mas, como dizia, é um avanço isentar alunos dos exames. Contudo, torna-se fundamental e urgente reexaminar o ENEM. Os alunos, a UNE, UBES, UMES e outras entidades, com apoio da OAB, CNBB, do Legislativo e de associações de pais e alunos e toda sorte de organizações deveriam lutar para abolir de vez as taxas cobradas para tais exames, em definitivo. Isso na esfera pública.

Os alunos que vão se inscrever já deveriam ter a sua disposição, nas seccionais da OAB e nas Pastorais das Igrejas, mandados prontos para que os alunos ingressassem na justiça requerendo isenção de taxas, afinal é um direito de todos e um dever do Estado assegurar educação pública e gratuita ao seu povo.

Todo mundo quer estudar, mas são muitas as barreiras que se põem diante dos menos afortunados. Isso precisa acabar em definitivo. Essa luta é para conquistar uma vitória imediata. Posteriormente, deve-se lutar pela ampliação de vagas oferecidas nas universidades públicas, mantendo-se o nível e lutando-se para elevá-lo mais e mais. A questão da qualidade do ensino é uma questão que passa por toda a comunidade e deve ser uma luta permanente de toda a sociedade. Depois deve-se reivindicar a fundação de mais universidades públicas gratuitas de qualidade. Deve-se lutar para que o ensino de primeiro e segundo graus nas escolas públicas volte a ser acreditado.

Cabe ao Estado patrocinar um ensino de qualidade elevada, fazendo com que a escola pública volte a ser confiável à classe média. Aqui na Bahia o Anisio Teixeira criou a Escola Parque que serviu de modelo para o Darcy Ribeiro - pena que tenha partido do nosso convívio! - . O CIEPs do Brizola são uma alternativa, mas as elites o combatem ferrenhamente para não dar a mão à palmatória e reconhecer que o Brizola, no campo da educação representou um avanço. São lamentáveis essas picuinhas políticas que só prejudicam o que se faz de bom. O Darcy Ribeiro deveria ter sido Ministro da Educação. Ele ajudou a fundar a Universidade de Brasilia. Era um futurista. Só não acabou com o vestibular porque faleceu, pode ter certeza. O Darcy era avesso a toda sorte de atraso. Ele valorizava muito o conhecimento, a essência do ser, não a aparência. Para ele o melhor curriculum era o da competência revelada no dia a dia. Estava certo.

Bem, voltemos a acreditar a escola pública e não será mais necessário ficarmos a criar barreiras para os nossos jovens. Se as elites querem universidades para seus filhos e netos, tudo bem. Eles podem criá-las e sustentá-las. Quem não pode fazer isso é o filho do pobre padeiro, do pedreiro, do lustrador de sapatos, do capoteiro, do mecânico, do faxineiro, do servente, do funcionário público, da manicure, do feirante, do camelot, do vendedor de picolé, do barraqueiro, dos comerciários e de tantas outras pessoas do povo que trabalha, dá um duro tremendo e na hora de ver seu filho ingressando nas universidades tem que ser barrado porque não tem os míseros trocados de uma inscrição que lhe exigem como condição sine qua non para prestar um exame. Ora, a escola pública deveria ser o grande aferidor da capacidade do aluno que ela aprova, ano após ano. O pressuposto básico é de que o Estado proporcionou a todos, indistintamente a todos, um ensino de qualidade. O presuposto é o de que o Estado investiu na educação do seu povo.

Assim, ao adotar o vestibular o Estado, por incompetência, assinou um atestado de falência do ensino que ministra. Vestibular nunca selecionou os "melhores". Ser aprovado em um exame vestibular não afere competência , nem é sinônimo de inteligência. Isso é a maior balela. É uma mediocridade que passaram para nossa gente. É um sofisma. O vestibular em primeiro lugar descredencia de imediato a escola pública; conseqüentemente a União, estados e municípios. Depois desmoraliza os professores que ministraram aulas aos alunos da rede pública. É um atestado público de incompetência que qualquer Ministro da República vive a endossar, portanto. Isso tem que acabar. O professor da rede pública deve exigir que respeitem a escola dele. Deve exigir dos governantes maior atenção com as condições que cercam o ensino em suas escolas. Deve exigir escolas equipadas e aparelhadas. Eu vou até chegar ao ponto de dizer que o Estado deveria facilitar para os filhos de pobres a aquisição de computadores. Deveria mais: facilitar o acesso do estudante carente a Internet.

O campo educacional brasileiro precisa ser revisto. Nós não podemos ficar acomodados só porque tivemos a fortuna de ingressar em uma universidade e sair de lá formados. Cruzar os braços seria mostra-se indiferente à sorte alheia. Seria estar conivente com essa tapeação, com esse engodo, com essa empulhação que enfiam goela adentro dos menos favorecidos, que se aquietam porque falta quem grite por eles. O conformismo nunca foi bom. Há momentos em que a rebelião é o melhor remédio para que as elites enxerguem que não podem continuar no rumo errado.

O Brasil está no rumo errado. Está de frente ao despenhadeiro com o presidente - um visionário - pedindo urgência para avançar. Estamos vivendo o caos. Organizado, no país, só o carnaval e o futebol, diria o barão de Itararé. Confesso que o jornal que vc mencionou (Jornal da Tarde - W.I) já deu sinais de vitalidade da juventude que quer um lugar ao sol e que sabe que para sermos iguais, temos que ter oportunidades iguais. O que verificamos é que oferecem aos pobres o "castigo" e aos ricos "o prazer". A uns poucos pobres, um número insignificante que ingressa nas universidades, levam os governos a revelá-los como paradigmas do sucesso, do querer é poder.

A Fundação Roberto Marinho quis fazer isso com o VICENTINHO, dizendo que ele foi aluno do TELECURSO 2 grau e etc... Vicentinho quase embarca nessa onda. Ele é um esforçado, mas igual a ele existem milhões que vão ficar excluídos e esquecidos e jogados para um mercado de trabalho onde impera a exploração mais deslavada.

O Brasil tem um dos menores salários mínimos do mundo pobre e não tem sequer emprego para pagar uma "titica" de salário. Pode ? Claro que não ! Como aceitar essa situação calado, sem indignar-se ? Como ? Dizem que o sol nasceu para todos. Nós sabemos que é verdade. Mas as elites, e são as elites que nos governam, não se preocupam em resolver questões cruciais. Arrumam paliativos. O ENEM é uma vitória ? É, sim, reconheço. Mas é só o começo. Nós devemos exigir mais. Nas escolas os alunos devem rebelar-se e manifestar a inconformidade com o vestibular, que na verdade é um fomentador de fraudes as mais diversas, também, além de outros males. Cabe a UNE levantar a bandeira, questionar o ensino. Mostra a cara. Indignar-se. O que está faltando é um levante estudantil exigindo reformas que visem beneficiar a população pobre e marginalizada do processo educacional. Filho de pobre também tem o direito de ter um filho "doutor". Basta ! Chega !

A CNBB, a OAB, e todas as pessoas que queiram abraçar a causa da educação sem exclusão, deveriam criar em suas HPs, formulários p/ que neste momento, os estudantes pobres entrem com liminares e/ou mandado pedindo isenção e até devolução do dinheiro que pagou, pois compete ao Estado essa tarefa que ele quer repassar para as famílias de pais desempregados. Isso é um absurdo. Isso é uma agressão e é inadmissível que o Estado explore seu próprio povo, arrancando-lhe as pobres economias domésticas. É inaceitável ver o Estado mostrar-se com a feição de um gigolô. Chega, gente. Esse troço de pagar o que é um direito é absurdo. O vestibular em si já é um crime contra a educação.

Nós não nascemos para sermos limitados, mas para sermos livres e grandiosos. O Brasil tem um povo maravilhoso, mas que não tem oportunidade. Isso precisa acabar. Alguém tem que gritar e esse grito deve ecoar de norte a sul, de leste a oeste. As barreiras devem ser rompidas. Levantar a bandeira da educação pública e gratuita em todos os níveis é um dever de todos os brasileiros. Ao governo cabe cumprir o seu papel e respeitar os direitos fundamentais do seu povo. Vamos pensar livremente e vencer os limites. Vamos exigir que o governo enxergue a educação como um investimento, jamais como gasto. Por mais verbas para a educação - não importa o nível. Da alfabetização ao doutorado, tudo é importante. No dia em que o Brasil cuidar da educação do nosso povo, não seremos mais o "gigante adormecido". Vamos lutar para que a juventude enfrente as dificuldades de frente.

Chega da indústria dos pré-vestibulares. Hoje essa indústria está em capas de revista, em revistas especializadas, nos jornais, nos CURSINHOS ... Essa indústria é um dos maiores entraves hoje para a derrocada do vestibular. É necessário denunciar qualquer tentativa de aproximação desses "industriais" da miséria, fazendo-os ficarem distantes das universidades. Nada de administrador público trocar figurinha com professores e donos de cursinhos de pré vestibular. Chega !!! A Isenção conferida a 2 apenas, pelo princípio da isonomia, pela analogia, deve estender-se ao Brasil inteiro. Se é necessário uma petição inicial, que a OAB , A CNBB e quem queira lutar pela educação pública deve patrocinem os meios dessa gente brasileira mostrar que sabe lutar, basta que lhe mostrem os caminhos.

Luis Leal Filho

P.S. - Abra um espaço na sua HP para orientar o estudante carente a lutar pela isenção e reivindicá-la imediatamente. Chega de provões, testes e tudo o mais. O pior já está acontecendo: o governo foi reprovado !

(Obs.: Favor dirigir-se à seçao CAMPANHAS, onde procuro me empenhar para que este objetivo seja atingido - W.I.)


Carta 018 - O BRASIL TEM JEITO!

Bom dia, amigos da Net.

Acho, realmente que a solução para todos os problemas por que passam hoje o Brasil e os demais países pobre está na educação, (lato senso).

Embora não seja professor, tenho por ele uma enorme admiração, grande respeito e um imenso reconhecimento do valor do seu papel, sobretudo do professor primário, a quem cabe, além da missão de informar, também uma parte importante na formação do caráter que terá o indivíduo adulto.

Penso que, no Brasil, professores de todos os níveis são muito mal remunerados e sofrivelmente preparados, entretanto, se dependesse da minha opinião, o professor primário deveria ser ainda melhor remunerado do que o professor de ensino superior.

A criança, nos cursos pré-primário e primário, tem tal avidez por conhecimentos e tal admiração e respeito pelo professor, que é justamente este o momento de lhe transferir conceitos que a acompanharão pelo resto da vida, transformando-a num cidadão pleno ou em mais um pária.

Viver em um país onde não se respeitam os pais, os professores, as instituições estabelecidas, não se respeitam reciprocamente, e sequer o idioma é minimamente respeitado; um país, onde se tem que tolerar Apresentadoras ignorantes, fazendo a apologia das agressões ao vernáculo, do sexo precoce, da maternidade irresponsável, enfim, da prostituição, o que fazer?

Estas senhoras, (senhoras...?) são importantes formadoras de opinião dos nossos filhos. Deveriam direcionar os seus programas para o crescimento moral e intelectual das nossas crianças, futuros dirigentes e formadores de opinião.

O resultado ai está. E observem, meus amigos, que elas sequer admitem críticas! Naturalmente acham que estão prestando um importante serviço à nação.

Sobre o desemprego, por exemplo, tenho uma opinião muito pessoal, que gostaria de compartilhar com vocês e ouvir as suas.

Penso que o desemprego que hoje assola o país, e tem servido como tema de tantas manchetes e se prestado como mote para tantos políticos desqualificados erguerem a sua plataforma eleitoral, em realidade, não passa de um a situação tão ilusória quanto uma miragem no deserto. Ao meu ver, o que temos é uma enorme multidão de pessoas adultas, que consomem e procriam, sem a menor qualificação profissional.

Foi-se o tempo em que, para entrar no mercado de trabalho, bastava ser uma pessoa saudável, fisicamente bem dotada, com força muscular para carregar ou descarregar navios, caminhões e trens de sacos de cimento, grãos, etc, ou qualquer outro tipo de atividade congênere. O mercado de trabalho, hoje, necessita de profissionais altamente habilitados em atividades refinadas, que exigem um aporte intelectual do qual a nossa massa de mão de obra está muito distante.

Moro em São José dos Campos-SP, considerada pelo Brasil como um polo de tecnologia e cultura. Temos aqui o famoso ITA, várias faculdades, empresas importantíssimas, que produzem itens sofisticados, e tenho acompanhado a dificuldade de algumas empresas em selecionar empregados, mesmo para atividades consideradas "chão de fábrica".

Ao se anunciar a disponibilidade de um posto de trabalho, faz-se uma fila quilométrica de candidatos e não se consegue aproveitar, sequer, um daqueles. Pergunto: será que o que temos é realmente uma situação de desemprego, ou seria uma brutal crise de qualificação de mão de obra, fruto tardio de uma formação escolar absolutamente oligofrênica que deságua em adultos incompetentes para quaisquer atividades diferentes daquelas que exijam puro esforço físico, gritar ao microfone letras de músicas que conseguem apresentar erros em todas as estrofes ou apenas a capacidade de balançar as nádegas?

Todo o brasileiro tem o péssimo hábito de achar que nasceu predestinado a ser um Pelé ou uma Ana Paula Arósio. Esta idéia absurda é realimentada por outra excrescência: a idéia de que Deus é brasileiro e que este é um país do futuro!

O que acham os amigos, que possa ter fornecido as facilidades para que o maníaco do parque atuasse com tamanha desenvoltura, senão o fato de que, este animal prometia às suas vítimas introduzi-las no meio artístico, através de sessões de fotos onde seriam divulgados os seus "dotes" naturais.

O nosso povo, incompetente, em decorrência disso, carente sob todos os aspectos, acredita e prefere confiar no sucesso fácil. Uma atividade que seja, a um só tempo lucrativa e que não exija o que o candidato não possui, isto é, um mínimo de qualificação intelectual.

Recomendo-lhes a leitura de uma pequena brochura denominada: ESCUTA, ZÉ NINGUÉM! Não tem mais de 50 folhas. Não me lembro quem é o autor, mas não será difícil encontrar, pelo nome do livro. Você pensará que foi escrito no Brasil, por brasileiro, nesta última década, e que retrate a situação político-social do nosso país, porém, foi escrito na Alemanha pré-nazista. É um interessante tema para meditação Aguardo sus valiosas opiniões.

Recebam um abraço fraternal deste Don Quixote.

Antonio Carlos
acarlosdesouza@uol.com.br


Carta 024 -A QUESTÃO DO ERRO MÉDICO

Como não aprecio a camuflagem através de "nicks", informo aos meus leitores, se houver algum, que os dados como: título, autor, cidade, etc., são absolutamente autênticos, e mais, sou médico! Isto não significa que, posando de bom moço, tenha vindo até este espaço externar uma opinião tendenciosa sobre o importante tema que serve de título a este fórum.

Não estou aqui para fazer a defesa intransigente dos médicos, como seria de esperar, pelo propalado espírito de corporativismo que, acreditam todos, exista dentro da profissão, tampouco para lançar nódoas em uma atividade que do meu ponto de vista, se reveste da mais elevada importância. Penso que, para efeito de raciocínio, poderíamos dividir as opiniões sobre o assunto em: a) emitidas por vítimas de supostos erros médicos e seus familiares; b) emitidas pelos próprios médicos e c) emitidas pela população em geral, (refiro-me, evidentemente, à parcela pensante.).

Os membros do grupo a que se chamou de a) teria uma opinião até certo ponto tendenciosa, por terem sofrido, na própria carne, as conseqüências danosas de um suposto erro médico, via de regra, pendendo para generalizações perigosas e uma absoluta desilusão com respeito ao relacionamento médico-paciente.

Os membros do grupo b), portanto, os próprios médicos, teriam uma opinião percebida também como tendenciosa, na medida em que existe mesmo um espírito de corpo, saudável em algumas ocasiões, maléfico em outras. O médico, via de regra, ainda não conseguiu divorciar-se da falsa idéia de que é o detentor do saber supremo, inquestionável, que a ninguém deve explicações, todo poderoso diante do seu paciente e familiares, sofridos, fragilizados, indefesos e esperançosos em auferir os benefícios desse suposto saber.

Os membros do grupo c) têm opiniões que vão: da indiferença absoluta pelo tema, por falta de informações, já que preferem não pensar muito sobre o assunto, navegando mais à vontade quando o mote é futebol ou carnaval, ao ataque ou à defesa apaixonados de uma ou outra posições, sem, entretanto, munirem-se de quaisquer alicerces mais sólidos a embasar os seus pontos devista.

Aparentemente estamos no mato, sem cachorro. Como abordar então tal assunto? Lembram-se, os mais velhos, de quando o médico da cidade era chamado para um atendimento domiciliar? Dava-se um retoque na limpeza da casa, trocavam-se as toalhas e roupas de cama, fazia-se um cafezinho mais forte, tudo porque o Doutor ia chegar!

O profissional aparecia, então, trazendo a sua tradicional e indefectível maleta, de onde extraía seus instrumentos simples, nenhuma parafernália eletrônica, graças a Deus, e, conversava. Conversava longamente, com os familiares e com o paciente, sobre as suas queixas, examinava, auscultava, palpava, percutia, tocava, cheirava, olhava o aspecto do conteúdo do penico sob a cama, o catarro, as fezes, a urina, cofiava o cavanhaque, quando existia, e por fim, estabelecia, geralmente, um acertado diagnóstico. Preenchia o receituário que iria trazer lenitivo ao seu paciente. À saída, fazia as recomendações aos familiares, que o ouviam com atenção e respeito, e se colocava à disposição para os retornos necessários ao acompanhamento do doente.

A receita era, então, levada ao boticário da esquina, que preparava o medicamento, conforme a receita magistral ou fornecia o produto, já manipulado, quando existia.

Instituído o tratamento, forneciam-se ao médico os dados sobre a evolução do doente, dando-lhe a oportunidade de, diante de um quadro com evolução desfavorável, reexaminar o seu paciente, reformar o seu raciocínio e enveredar por outra senda de diagnóstico e terapêutica. Era um relacionamento tranqüilo, em que, mesmo sem o desenvolvimento científico atual, o médico contava com a colaboração, o respeito e a confiança dos pacientes e familiares, e, mesmo diante de um insucesso, o médico procurava explicar as razões do epílogo desfavorável e no final não restavam mágoas de quaisquer dos lados. Conheciam-se todos pelos nomes. Sabiam onde poderiam encontrar o doutor, que morava, nem sempre perto, mas sempre alcançável a qualquer hora, que não se incomodava em deslocar-se por meios próprios, a pé, ou mesmo encarapitado em bicicletas, no dorso de montarias ou na boléia de carroças e charretes.

Aos mais íntimos, contava o doutor, em momentos de ócio, geralmente bem poucos, o quanto lhe custara em termos de estudos e sacrifícios, formar-se em medicina. O enorme empenho de toda a sua família, em bancar-lhe o curso todo, ou somente a especialização, na França, Itália, Inglaterra...etc. O doutor era uma pessoa culta. Tinha hábitos saudáveis, falava com desenvoltura sobre a mitologia greco-romana, apreciava música clássica, tinha sólidos conhecimentos das matérias que faziam parte diretamente de sua lide, mas também de latim, grego, inglês, espanhol e francês, que o ajudavam a manter-se atualizado. Viajava anualmente para o seu país de formatura, para atualizar-se, deixando em seu lugar o colega mais novo, a quem recomendava cada paciente seu, mantinha uma cerrada correspondência com os seus professores, com quem trocava idéias sobre os seus casos clínicos. Não tinha pejos em solicitar ajuda aos mais experientes ou soberba em pegar nas mãos canhestras dos neófitos para ajudá-los no aprimoramento do seu labor, tudo em benefício do paciente, a sua verdadeira razão de ser.

Vivia confortavelmente o médico. Sem grandes faustos, porém com as suas necessidades básicas satisfeitas, de modo a sobrar-lhe algum tempo para um descontraído convívio familiar, para as suas reuniões com outros colegas, para troca de experiências, e tempo para estudar as atualizações médicas. Constituíam-se os médicos em uma camada social própria, fazendo parte da elite sem serem elitistas. Conheciam com exatidão o seu lugar na sociedade, o valor do seu trabalho, e, se cobravam mais dos melhor aquinhoados, era para poder atender com o mesmo desvelo e rigor técnico, graciosamente, aos carentes. Fazia-se medicina por puro idealismo e sacerdócio. O aporte econômico era uma decorrência, e não um fim em si mesmo. Bons tempos! Priscas eras! Diria o poeta, que longe vão, deixando um vácuo irreparável na relação médico-paciente!

Hoje, médicos e pacientes, cavaram trincheiras em campos opostos, tratam-se como menos números. São, via de regra, inimigos cordiais. É cada vez mais distante o relacionamento médico-paciente, entremeado com aparatos eletro-eletrônicos. Gostaria de ver como trabalhariam os nobres colegas, se, de um momento para outro houvesse um prolongado “black-out”. E os erros médicos? Evidentemente existiam, como persistirão enquanto no mundo existirem os médicos. O ser humano é sujeito a erros. Está muito longe da perfeição, que deve ser o seu eterno norte, entretanto, os erros cometidos anteriormente decorriam de limitações técnico-científicas, jamais por absoluta falta de respeito pelo paciente e desprezo pelo seu sofrimento, como hoje se observam.

Se antigamente, formar médicos era a mais nobre das missões, hoje, transformou-se em um lucrativo negócio, onde, as qualidades técnica e moral do formando não são critérios levados em consideração. Interessa apenas se ele pagou em dia as mensalidades da escola. Houve uma exagerada proliferação de escolas médicas, principalmente na época do tão falado “milagre brasileiro”.

Aos jovens de condição sócio-econômica modesta, era acenada a possibilidade de concluírem um curso superior, com a popularização das universidades, e a medicina sempre foi um grande atrativo. Esta ilusão de progresso foi facilmente aceita e digerida pelo populacho iletrado, o mesmo que hoje sofre e reclama das dificuldades em absorver-lhe as conseqüências. Baixaram-se os níveis mínimos exigidos para o ingresso no ensino superior, para absorver a massa de estudantes já vítimas de um ensino básico claudicante.

Modificaram-se os currículos, reduzindo as exigências, como medidas demagógicas cuja resultante dramática todos conhecemos. É mais fácil modificar o currículo do que investir em qualidade, até mesmo porque, os responsáveis por esses crimes, sequer se tratam no Brasil, ou seja, não consomem o produto que criaram.

Gostaria muito de ver os nossos políticos e demais líderes, em uma fila de um postinho de saúde da periferia, aguardando por um atendimento que está longe de preencher as mais elementares necessidades do doente. Se antes a medicina era taxada de elitizada, e, até certo ponto, fazia juz a este adjetivo, hoje ela popularizou-se e prostituiu-se de uma tal forma que abdicou de toda a qualidade técnica e moral, para nivelar-se ao rés do chão, enveredando, muitas vezes por vertentes criminosas de desvios de verbas, corrupção desenfreada e toda a sorte de desmandos, em que o paciente, sequer é levado em conta.

Os erros médicos atualmente observados decorrem, principalmente, da entrada no mercado de trabalho de profissionais mal formados técnica e moralmente, que, diante de uma tabela de honorários aviltante, insurge-se contra o seu paciente, e não contra os responsáveis pelos valores da tabela. Caem no inevitável círculo vicioso: ganha-se mal porque trabalha-se mal, ou trabalha-se mal porque ganha-se mal? Nas demais atividades, se não aceitável, pelo menos é compreensível esta situação, porém, em medicina, onde a matéria prima com a qual se trabalha, é a mais nobre entre todas, não se pode admitir tal situação.

Fala-se à exaustão, por todos os meios de divulgação, da eterna falta de dinheiro para a saúde, achando-se que dela decorrem todas as falhas pessoais e dos serviços. Questiono esta assertiva. Jamais se tratou seriamente a qualidade técnica do profissional médico, como se este fosse um território tabu. Enquanto persistir este conceito errôneo, vamos a lugar algum. Mais importante do que o dinheiro aplicado em refinamentos de técnica, que sofrem os mais variados desvios de trajeto até chegar, devidamente mutilado ao seu objetivo, está a elevação do nível técnico/profissional/moral do médico.

Um profissional, quando competente, munido de uma lâmina de barbear e de um talo de mamona é capaz de fazer uma traqueostomia e salvar uma vida. Munido de uma furadeira doméstica, é capaz de drenar um hematoma intracraniano e salvar outra vida. O grande problema é, onde praticar a incisão, mesmo que se tenha nas mãos um bisturi de ouro? Como colocar uma cânula, mesmo sendo esta feita do mais sofisticado e puro silicone? Onde efetuar a trepanação, mesmo com uma máquina computadorizada? Milhares de outros exemplos poderiam ser dados, em que fica patente que o fulcro da questão, na verdade é a qualidade da mão de obra médica oferecida à população, fruto de um ensino capenga, que começa falhando no ensino básico, de onde saem praticamente analfabetos e deságuam nas universidades e por conseqüência, na vida profissional.

Se os médicos, em sua defesa, alegam falta de condições materiais de trabalho, é porque nunca leram o seu próprio código de ética, onde está escrito que: se não encontrarem as condições mínimas para o desempenho digno de suas funções, devem recusar-se a exercê-las. O profissional bem formado, conhece o seu valor, recusa-se a ser nivelado por baixo, recusa-se a ter os seus honorários estabelecidos por outrem, que ignora a sua qualificação técnica e a sua dedicação ao que faz, sente-se humilhado ao ter que marcar cartão de ponto, como um operário comum, tendo descontados minutos de atraso em seu salário, como ocorre em determinada Prefeitura Municipal, onde todo o médico é considerado como desonesto e vagabundo, até que prove o contrário, o que nunca conseguirá. Encaram a medicina como se fosse uma atividade que pudesse ser norteada por minutos a mais ou a menos na jornada de trabalho, determinando número mínimo de atendimentos por hora, que contraria a orientação da própria OMS, (Organização Mundial de Saúde), que prevê um tempo mínimo de 15 minutos gastos pelo médico por paciente, que, dolosamente, foi alterado para tempo máximo de 15 minutos por paciente, exigindo-se uma produção, (o nome é este mesmo!), de 04 paciente por hora, no mínimo. É por essas e outras coisas, que, fizeram-se vários concursos e não conseguiram preencher as vagas existentes, tendo que recorrer à contratação de profissionais temporários, sem qualquer compromisso com a saúde pública.

Situações como esta, tão comuns neste nosso Brasil, são aceitas somente por três tipos de profissionais: os recém-formados, por falta de opção, e que debandam assim que conseguem sustentar-se com as próprias pernas; os incompetentes, que também, por falta de opção determinada pela sua incompetência, tornam-se capachos do sistema e podem até ser alçados à condição de chefículos, o que muito lhes agrada, lustra o ego e dá uma falsa, porém confortável sensação de competência profissional, e finalmente, aqueles, entre os quais me incluo, que, bem formados e competentes, por puro idealismo abraçaram a medicina pública em uma época em que se valorizava o profissional, e que hoje, permanece porque falta pouco tempo para a aposentadoria, e não pode abrir não deste pecúlio do qual dependerá a sua sobrevivência na senectude.

Ouvi de um colega médico, que por sua vez ouviu da boca, fétida, do protagonista da história, o fato de que, uma vez em plantão de pronto-socorro, quando chamado de madrugada, (não sei o que fazia dormindo um médico de pronto socorro!), sequer escovara os dentes, para, propositadamente, bafejar o seu hálito pútrido no nariz do paciente, como forma de puni-lo por ter sido acordado. Contou isso entre gargalhadas de prazer. Estes são os nosso médicos?!

O que sabem estas pessoas, sobre humanitarismo, sobre respeito ao ser humano, sobre a nobreza da profissão que abraçaram, mas da qual não são dignos sequer para tarefas de faxina? Posso acreditar e confiar a minha vida a um profissional desta qualidade?

O cerne da questão do Erro Médico, é muito anterior ao episódio erro médico, em si. Remonta à qualificação intelectual e moral do estudante, desde a sua formação básica, e que, diagnosticada e corrigida hoje, não apresentará resultados satisfatórios em menos de 30 anos, daí não despertar o interesse da maioria dos nossos políticos, que estão preocupados somente com a imediata vantagem, econômica ou eleitoral que possa auferir, no máximo até às próximas eleições. Prazos maiores não estão em seus planos. São estas pessoas que, quando necessitam de serviços médicos recorrem às ilhas de excelência mundial. Jamais irão ao Pronto Socorro Público.

Antonio Carlos de Souza
acarlosdesouza@uol.com.br


 

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