Carta 011 - O BRASIL QUE EU NÃO QUERIA PARA O TERCEIRO MILÊNIO

Romântico incorrigível, continuo achando que o fortalecimento da cidadania está na independência total e absoluta da Justiça, acima de tudo na sua realização serena, corajosa e efetiva. Justiça feita por homens (e não por deuses) e para o homem; feita por seres humanos dedicados e vocacionados, não infectados pela pecado da vaidade, desprovidos de ambições pessoais, sem o vício do autoritarismo e sem a contaminação da febre do materialismo. Sempre entendi que o equilíbrio de qualquer Estado e a certificação da cidadania passa por uma Justiça eqüidistante, forte, livre, verdadeiro baluarte das liberdades individuais, exercendo intransigentemente o papel de guardiã das leis e ponto de equilíbrio social. Entretanto, passa, também, ela, cidadania, por uma justiça social, nunca tão ausente entre nós, como agora.

Mas de qual cidadania pode-se falar no Brasil hodierno, sem correr riscos de ser tachado de louco ou sonhador? O crescimento desordenado da violência por conta da impunidade, a instabilidade econômica e a desorganização social, está se tornando uma catástrofe generalizada e, logicamente que perante um quadro tão desolador, falar em cidadania, é demonstração de insanidade, até porque quem está excluído do mercado de trabalho ou, trabalhando, mas com renda mensal inferior a 3 (três) salários mínimos; quem passa fome ou vive de caridade, migalhas ou mesmo comendo lixo; quem convive com a violência urbana diária, amedrontado e constantemente ameaçado na segurança pessoal; quem não tem teto e quando o tem é achacado pelo hediondo sistema habitacional; quem não tem chão para dele tirar o próprio sustento, em detrimento dos grandes latifúndios grilados com o aval do sistema e da Justiça, improdutivos e imorais; quem morre em filas de postos de saúde porque a saúde pública é um caos absoluto; quem não tem Justiça porque ela é morosa, tendenciosa e inacessível a quem não pode pagar seus custos legais e ilegais; quem não sabe ler porque não teve acesso à escola; enfim, quem não tem direitos básicos fundamentais respeitados e garantidos, não pode se dizer cidadão.

A realidade é preocupante e temerosa porque os filhos da miséria não formam grupos estanques e, sim, a maioria entre os habitantes deste País, num percentual assustador de mais de 50% da nossa população, razão pela qual o momento é de ações concretas e eficientes, e não de demagogia. Precisamos urgentemente esquecer o discurso estéril e encararmos a verdade dos fatos, aceitando a tese de que algo precisa mudar imediatamente, senão, como alertou o ministro-chefe da Casa Militar da Presidência da República, "...entramos em curto-circuito".

O problema maior, entretanto, é que defender princípios éticos e igualdades num país onde a desmoralização dos Poderes alcança índices inimagináveis, é tarefa ingrata, coisa de romântico mesmo.

De fato, o Brasil enfrenta uma crise crônica de credibilidade nas Instituições que se reflete no crescimento descontrolado da violência e, conseqüentemente, na estabilidade social. Ninguém, hoje, pode se dizer tranqüilo, esteja onde estiver, particularmente vivendo em grandes centros urbanos. A violência real aliada à sensação aguda de desproteção e impunidade, formam um cenário perigoso para a sociedade brasileira, agravado pela desigualdade social, pela inércia da Justiça e a inadequação do aparelho policial para combater a criminalidade que cresce assustadoramente. Como alertou o Gen. Cardoso, "essa de o historiador Sérgio Buarque de Hollanda definir o brasileiro como homem cordial, tornou-se um paradoxo porque, mesmo tendo vocação para a cordialidade e a pacificidade, o homem brasileiro, por viver inserido num ambiente de insegurança absoluta e pelo descrédito nas Instituições, comparável talvez a algumas nações em guerra, tornou-se desconfiado, recluso, individualista e até violento", sendo questão pacífica de que a estratificação social hedionda que impuseram ao povo, associada à impunidade e ao descrédito nas instituições, conduziram-nos a este estado desalentador.

O que fazer para mudar este quadro? Francamente não sei. Só sei que no nosso País a vida e a dignidade das pessoas valem pouco ou nada valem, porque, além do abandono absoluto das instituições, temos uma Justiça contaminada, ineficiente e intimidativa, à qual as pessoas simples e normais não têm acesso, porque convencidas de que as causas só são ganhas por ricos e poderosos que tudo manipulam. Além disso, com setores mergulhados em escândalos inimagináveis, como o de Mato Grosso, onde, segundo a mídia, um juiz foi morto por denunciar irregularidades do seu próprio Tribunal, a Justiça se tornou "caso de polícia". Felizmente há os que resistem, imunizando-se, prova de que ainda existe luz no fim do túnel, mesmo que seja uma fraca lamparina, mas que o trabalho, mesmo isolado, de homens éticos e de bem que integram o tripé que forma a Justiça numa democracia - Judiciário, Ministério Público e Advocacia -, fará com que a lamparina se transforme em poderoso holofote, cuja luz intensa iluminará tanto este País, que todas as suas mazelas serão escancaradas para podermos encontrar o remédio adequado à cura.

Não custa sonhar, porque é de arrepiar ver a manipulação dos Poderes em proveito de poucos. Com certeza, voltamos ao estado feudal e assistencialista que só nos diminui, bastando se dar uma rodada pela periferia das grandes cidades para vermos a realidade medonha na qual nos jogaram. Contudo, apesar da miséria generalizada, é uma falácia imoral querer afirmar que a criminalidade é filha dela, porque os grandes escândalos nacionais não têm como atores principais nenhum desassistido, excluído de tudo, até das grandes falcatruas. A sociedade tem que acordar e ver que esta é uma visão tolerante demais e que funciona como cortina para vedar a realidade da manipulação dos seus direitos e de suas riquezas.

É claro que não se pode olvidar que a distribuição injusta e imoral da renda, onde um percentual baixíssimo tem acesso a tudo e a maioria absoluta come lixo, é causa de revolta e de represália daqueles que gritam como podem, mas este grito se reflete nas depredações e nos crimes de cunho patrimonial, tanto vale ser um "assalto" quanto um furto famélico, e isto só pode ser amenizado quando a atenuação do estado de absoluta miséria da grande massa populacional passar do discurso demagogo à prática, com medidas concretas e eficazes.

Se queremos ter uma Pátria mãe gentil, de fato uma Nação e um País respeitado no concerto das Nações, devemos começar a agir rápido, antes que a doença só se erradique com a morte do paciente. O importante é não se amedrontar e muito menos se apequenar diante dos obstáculos. Recentemente, amigos e conhecidos demonstraram preocupação depois que minha imagem apareceu na TV falando sobre um fato que tem sido manchete nos jornais baianos nos últimos tempos (irregularidades na Polícia Militar). Provavelmente preocupados com minha segurança pessoal, alertaram-me para tomar cuidados. Mas que cuidados posso tomar? Que faço? Prevarico, peço remoção, saio de férias, de licença, fujo para o exterior com minha família (a Suíça até que seria uma boa), aposento-me, envolvo-me na safadeza? Que faço? Estou aguardando sugestões, porque segurança não terei, não quero e não pedirei e, quem me conhece, sabe que não sou de me omitir no cumprimento do dever e muito menos me afasto da minha consciência, únicos faróis a balizarem meus atos funcionais. Sou até fácil de ser atingido. Não me escondo, não tenho medo, ando sempre na pradaria, sou homem simples e de atitudes normais e, se corro algum risco é porque, como comecei dizendo, sou um incorrigível romântico que acredita que isto aqui ainda tem jeito, porque, não estamos numa "terra sem lei". Ela existe. Precisamos é faze-la respeitada e obedecida, mesmo estando o País, como afirmou Marilene Felinto, "no fundo do poço". O certo é que, se não se fizer alguma coisa urgentíssima, isto aqui vai explodir e não vai demorar. A população, a sociedade, não agüentam mais tantos desmandos, tanta safadeza, tanto nepotismo, tanto individualismo, tanta crueldade com a coisa pública e com seus direitos mais sagrados, entre eles, a própria Justiça.

Quanto a mim, peço aos amigos que não se preocupem, porque vou continuar sendo um idiota tentando cumprir com o dever. Ao fim de tudo isto, só espero um reconhecimento: que meus verdadeiros amigos, meus filhos e minha esposa, digam que os orgulhei, porque fui um cidadão na extensão lídima da palavra. O resto! Ah!, o resto... A eles deixo o direito à dúvida e a oportunidade de reexaminar as consciências. Espero que assim recuperem, como eu, a capacidade de se indignar.

Luiz Augusto de Santana


Carta 012- NUNCA HOUVE PLANO!

NUNCA houve um Plano neste país, AFIRMO QUE nunca houve, e se houve, nunca foi efetivamente colocado em prática !

Eu só vou acreditar que existe um Plano, quando ele for publicado nos jornais, de forma clara e transparente, onde estejam bem definidos os investimentos que estimulem, principalmente, a agricultura e a indústria nacionais, e tudo deverá advir desse Plano Mestre, tudo será distribuído a partir daí, pois, não existe outra forma de desenvolvimento sadio, sem passar pelo caminho da PRODUÇÃO.

Qualquer outra forma, experimentada, fora desse caminho, não passou de utopia financeira, inócua, sem consistência, traçada e imposta, unicamente, para tapar os buracos criados pela má administração financeira dos governos."

S. Millan
semil@starmedia.com


Carta 013 - POR FAVOR LEIAM!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

É a velha mania do brasileiro de botar a culpa de tudo quanto é problema nos governantes.

Se cada um fizer a sua parte; eu melhorando minha vida, você a sua, ele a dele, etc.., já melhoraremos o país.

Vamos deixar de culpar os políticos por tudo e vamos ser um pouco mais patriotas, assim o país irá pra frente!

[]s César
c@e.com


Carta 014- AINDA HÁ TEMPO...

Srs.Políticos (Executivo, Judiciário e Legislativo):

A sociedade está prisioneira de suas ações. Somos vítimas de todas essas ações repugnantes, como a falta absoluta de ações que contêm o caráter público em detrimento do privado. A justiça, o legislativo e o executivo nos armaram uma arapuca maquiavélica e nos envolveram numa teia inespugnável de corrupção. Mas cuidado! Breve, mas muito breve, um movimento semelhante à Revolução Francesa dará o correto destino a suas cabeças. REFLITAM E MODIFIQUEM URGENTE SUAS AÇÕES! AINDA HÁ TEMPO!

Sônia Regina A. de Oliveira
sonia@santoamaro.sescsp.com.br


Carta 015 - ORFEU EM BRASÍLIA

O Brasil cresce enquanto Brasília dorme.

Em nome de todo povo brasileiro, pois, é um povo sofrido em todos os sentidos, que nas épocas de eleições tem a obrigação de votar,e, muitas vezes, por ignorância, analfabetismo (que nunca foi combatido), suborno, ou acreditando que alguma coisa pode mudar, acaba escolhendo um representante (infeliz) de baixa qualidade moral que não chega a representar nada mais que a si mesmo em defesa de seu próprio salário, mordomias e etc, etc, etc...

Existe uma tese científica comprovada que diz que as pessoas crescem enquanto dormem. O Brasil cresce sozinho enquanto Brasília dorme. Graças à bondade de Deus, que é misericordioso, a natureza por si só cria, transforma, evolui, apesar de tudo o que o homem faz de ruim; essa é a generosidade do Criador.

Ainda bem que essa lei natural ainda não conseguiram destruir. É de Brasília que saem as grandes mudanças, as lei etc., e recentemente absurdos abusivos de alguns parlamentares, falcatruas, narcotráfico e coisas afins.

Bom, para o bem de todos nós existe a nossa amiga noite para que esses seres descansem de seus labores criminosos e só assim a natureza pode fazer o seu trabalho, silenciosa, graciosa em toda a sua plenitude...

Selma Loebel
sploebel@uol.com.br


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